SILVANA DE AMORIM

            Bilheteira do Teatro Marília

"Eu comecei a trabalhar no Marília em 1990, na época em que o Sindicato dos Artistas administrava o teatro. Foi através da Marísia Prado que comecei a trabalhar como bilheteira. Gosto muito da minha profissão e a considero muito importante, por lidar com o público e por ser de muita responsabilidade. Trabalhei muitos anos somente na bilheteria e depois passei a trabalhar também na administração. Além da venda de ingressos, faço o fechamento de "borderôs" com os produtores e com a Prefeitura. Trabalho no Teatro Marília há quase 11 anos. Já fui até convidada para trabalhar no Teatro Dom Silvério e no Izabella Hendrix, mas eu visto a camisa do Marília. Trabalho com gosto e não só pelo salário.

 

É claro que ninguém trabalha por esporte, mas eu gosto do Teatro e das pessoas com quem trabalho. Já passamos por fases muito difíceis de não receber pagamento, mas nós continuamos e trabalhamos com vontade. Algumas pessoas aqui têm muitas histórias para contar como a Naná, o Nilson e o Sr. Levindo, que estão aqui há muito mais tempo que eu. Tem também a Tânia que trabalha na bilheteria comigo e é uma excelente amiga. Um caso curioso que me lembro agora é o de uma pessoa que entrou, comprou ingresso e foi ao banheiro. Quando ela voltou, não prestou atenção ou não sabia que tinha aquele vão próximo à estátua e, por pouco, não despencava lá em baixo. Essa pessoa achou um absurdo e ameaçou colocar nos jornais que ele quase morreu porque o Teatro Marília tinha um buraco. E não era uma buraco. São muitos fatos engraçados. Pessoas que confundem o Teatro com o Pronto-Socorro, perguntando onde fica a enfermaria ou se aqui é o necrotério do hospital. Tudo isso porque o Teatro e o Pronto-Socorro são colados um ao outro e o Teatro não tem uma fachada que indique o que é esse lugar aqui. Só isso que falta, porque agora, depois de muitos anos e aos poucos, ele está sendo reformado e está ficando com uma cara nova. Foi feita a reforma do palco e a instalação do ar condicionado, antes inexistente. A Beth Haas é uma ótima diretora e muita coisa que mudou aqui, nós agradecemos a ela. Enfim, se eu saísse do Teatro Marília hoje, eu iria para outro teatro, porque tomei gosto. Sinto-me a vontade como se fosse a minha própria casa.

Camarim
Entrevista