JOÃO SOARES DE ARAÚJO

Bilheteiro do Marista Hall

"Formei-me como Técnico Agrícola, área que não tem nada a ver com o que faço hoje. Comecei no teatro, no Palácio das Artes e trabalhei lá por 12 anos. Gostava muito, e só saí porque recebi um convite da ngela Frahia para trabalhar no Teatro Dom Silvério, onde estou há 7 anos, agora Marista Hall. Quando era só Teatro Dom Silvério, era muito bom também, porque o teatro, apesar de ter um espaço pequeno, atendia toda a demanda de vários artistas, principalmente os mineiros.

 

Hoje, a demanda de serviço é dez vezes maior, porque agora tem que atender ao Teatro e à Arena, enfim, ao Marista Hall, que tem 3.800 lugares sentados e 5.500 em pé. Quer dizer, é muita coisa e a gente trabalha dobrado. Mas vale a pena, porque no final do dia, tem um resultado positivo e todo mundo sai satisfeito. Quando entrei para essa área, senti que a minha vida mudou. Gostei e estou até hoje. Parece um vício e agora a minha segunda casa é aqui. Gosto muito de lidar com o público. Achei esta parte de cultura e lazer muito melhor do que a que me formei. Teatro, cinema, música, gosto muito dessas coisas todas. A função do bilheteiro não é só vender bilhete não. Se fosse só isso, seria muito fácil. Tem que lidar com a produção dos eventos, que é muito diversificada, e cada produtor tem um gênio. Tem que tratar o público com a maior educação possível, com um bom atendimento, porque ele é o consumidor de cultura. E, por último, fecho o borderô e faço os acertos com os produtores. Conheço vários artistas, que também são pessoas muito exigentes em relação à bilheteria. Um teatro é composto de técnicos, administração e bilheteria. Então, envolve muita coisa e o cartão postal de um teatro é, praticamente, a bilheteria, que é onde o pessoal chega para comprar o ingresso e pedir informação.

RECADO - Quero mandar um recado para a Fundação Clóvis Salgado, que me ensinou a trabalhar nessa área. Agradeço por eu ter convivido com várias pessoas na administração quando trabalhava lá. Aprendi muita coisa e foi a minha escola. Hoje, sei tratar qualquer pessoa de igual para igual, seja ela público, ator, atriz ou produtor.

PALCO BH - É a melhor coisa que existe na área cultural, porque os jornais, hoje em dia, são todos na base do dinheiro. É muito caro investir na mídia dos jornais e televisão. O Palco BH circula livremente nos teatros e de graça. A pessoa que não tem como comprar um jornal, tem acesso à informação do Palco BH. O Guia também informa os endereços, tudo certinho. No jornal vem tudo errado: preço do ingresso, o horário do evento, etc. Do que eu já li do Palco BH até hoje, 99% das informações são certas. É um meio de divulgação muito bom para o teatro. As pessoas que curtem teatro, cinema e música adoram o Palco BH. Sempre perguntam e vêm pegar aqui. Então, o Palco BH dá força e suporte para o teatro mineiro."

Coxia
Entrevista